
Como parte de um desafio inovador na disciplina de jornalismo de dados da pós-graduação em jornalismo digital, fui encarregado de criar um dashboard analítico que examinasse a base de dados do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM). O objetivo era desenvolver uma matéria jornalística baseada em dados, destacando os servidores que mais recebiam adicionais salariais, conhecidos popularmente como “penduricalhos”.
A análise foi restrita ao ano de 2022, focando exclusivamente nos desembargadores do TJAM. Utilizando o Looker Studio e o Google Sheets, construí um dashboard que não apenas facilita a visualização dos dados, mas também promove uma compreensão mais profunda das práticas salariais dentro do tribunal.
Matéria Jornalística: “Desembargadores do TJ-AM e Seus Penduricalhos em 2022”
Ser desembargador no TJAM vem com suas vantagens. Com um teto salarial que supera os R$35,000, muitos magistrados veem seus rendimentos aumentados significativamente devido aos diversos adicionais em seus contracheques. Essas informações são acessíveis graças ao Portal da Transparência do CNJ.
Entretanto, surgem questionamentos sobre a natureza desses adicionais. Por que existe tanta variação nos valores recebidos? Qual a justificativa para tantos extras? E por que alguns desembargadores recebem mais do que outros? Apesar da transparência dos dados, as respostas para essas perguntas não são facilmente encontradas.
O dashboard que criei apresenta os desembargadores do TJAM, os valores recebidos por eles e o total dos adicionais pagos em 2022. A fonte dos dados é o Painel CNJ - TJAM.
Em um estado como o Amazonas, onde recursos para saúde e educação são limitados, é inevitável questionar: quanto do dinheiro destinado a esses adicionais poderia ser redirecionado para melhorar esses serviços essenciais?
A partir de uma perspectiva externa, é claro que R$11.000.000 adicionais poderiam ser mais bem aplicados. No entanto, parece que para alguns servidores, o interesse pessoal prevalece sobre o coletivo.
Se a transparência é tão valorizada, por que não há explicações públicas sobre esses gastos que ultrapassam o teto salarial? Mais uma vez, nos deparamos com perguntas sem respostas, enquanto o debate sobre a legitimidade desses adicionais persiste.
0 Comentários